quarta-feira, 8 de abril de 2020

Brassagem #11


Imagina isso...
Imaginando, por enquanto...

Após um longo período longe das brassagens, surgiu-me uma ideia de uma "receita" cervejeira.

A época da ideia surgiu em fev/2020, ao observar que os panetones estavam sendo vendidos por um preço muito abaixo do que custava no natal, e também pelo seu prazo de validade estar próximo.

A ideia em questão foi uma cerveja de panetone ! Uh !

Pesquisei a existência de algum rótulo com essa ideia, e descobri a Walls Panetonne Ale !


Esta descoberta me deu mais segurança de prosseguir com a ideia, pois bateu o medinho da cerveja ficar uma bosta.

Com o peito estufado, de segurança, prossegui.

A receita foi montada com uma sobra de extrato de malte (DME) que eu tinha guardado em casa, junto com o lúpulo challenger. O complemento foi 250gr de panetone, em uma receita para 5 litros.

Optei por 5 litros, para poder fazer a cerveja em apartamento, usando utensílios comuns de cozinha. E também porque estava com preguiça de mobilizar todo o equipamento mais robusto na casa da minha mãe.

Resolvi torrar as fatias de panetone para trazer as "notas" tostadas para a receita.

Iniciando a receita, torrando o panetone e separando o extrato de malte e o lúpulo.

Separando a água mineral.

Fatias de panetone torradas.

Panetone + extrato de malte + água mineral.

Saindo da mostura, coando o panetone/malte.

Coando para retirar o "trub" do panetone.

Separando o lúpulo em pellet.

Início da fervura ! Cheiro de malte !

Fervendo, cuidando da espuma... pois a possível lambança é igual a leite fervendo.

Preparando a própria garrafa de água mineral como fermentador.

Aguardando o resfriamento. Levedura preparada ao lado.

Cerveja encaminhada para fermentação. Tampa adaptada com um sterilock. Ao lado meu cilindro vazio de CO2.

Neste momento, após 2 semanas de fermentação, São Paulo encontra-se na primeira semana de quarentena por conta da COVID19 ! O que inicialmente seria uma cerveja para uma degustação em um churrasco entre amigos, será uma cerveja para tempos de quarentena ! O trabalho em homeoffice será muito mais bacana ! (risos).


Após fermentação, a cerveja apresenta uma transparência inesperada ! Além do fermento decantado.

Sem a torneira do fermentador e sem o autosifão, a gambiarra foi coar a cerveja com o pano.

Fermento retido pelo coador.

Fermento residual na garrafa.

Após a limpeza da garrafa, preparação para maturação.

Engarrafamento para maturação.

Sempre há um cantinho na geladeira para a cerveja maturar.

Levedura e resíduo de lúpulo retidos pelo coador.

Após 1 semana de maturação, é chegada a hora do envase. Nesta hora bateu a tristeza da quarentena, pois como meu cilindro de CO2 está vazio, não tenho como fazer a carbonatação forçada, e também por estarmos em quarentena e o estabelecimento para o enchimento do cilindro estar fechado. Com isso, optei por fazer o priming. Utilizei um açúcar mascavo que estava perdido em uma gaveta da cozinha. A quantidade foi 25gr para cerca de 4 litros, ou seja, 6,25gr por litro.

Pesagem do açúcar mascavo.

Resíduo decantado de fermento da maturação.

4 litros de cerveja com priming envasada em um minikeg de 5 litros. 

Aguardando 10 dias de priming...

Em 08.04.2020, ainda em quarentena por causa do COVID19, é chegado a hora de provar a cerveja.


Preparação do serviço

20 psi = 1,37 bar
A carbonatação ficou abaixo do esperado ! A quantidade de açúcar mascavo para o priming não foi suficiente. 
Serviço

Apresentação

Conclusão

Sim ! Minha expectativa estava alta, mas ficou abaixo. Carbonatação baixa, baixíssima retenção de espuma e apresentou off-flavor (defeito).

Não ! O drinkability (drinkabilidade) está médio-baixo, para o meu gosto. Nem uma notinha do panetone ! No entanto, está melhor do que algumas marcas comerciais (tipo brazilian pilsen) de baixa qualidade. Ou seja, não teria coragem de levar para um churrasco, o Conclave, com isso, bebe-la-ei aos finais de tarde de quarentena (uhu).





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